Uma palavra de valor......

״הלל ושמאי קבלו מהם׃ הלל אומר׃ הוי מתלמידיו של אהרון, אוהב שלום, ורודף שלום, אוהב את הבריאות, ומקרבן לתורה.״


"Hilel e Shamai foram discípulos dos precedentes. Hilel dizia:
procurai ser como os discípulos de Aarão, amai a paz, procurai a paz, amai as
pessoas e aproximai-as da Lei divina."
״אם אין אני לי מי לי, וכשאני לעצמי מה אני, ואם לא עכשיו אימתי.״

"O mesmo dizia: Se eu não for por mim, quem será por mim? E quando
eu sou só por mim, o que sou eu? E se não for agora, então
quando?"
.................................................................(Pirkei Avot 1:12,14)

Beit Midrásh

Beit Midrásh
A Casa dos Sábios

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Mchneh Torah

Capítulo 1


01 É preceito positivo [da Torá] o rezar todos os dias, conforme está escrito: "Servireis a Ado-nai teu Deus..." - Ex 23:25. Através da "chemu'á" ensinaram ser este "servir" refere-se ao "serviço do coração" - ou seja - a oração. Quanto à quantia de orações que deve-se efetuar, não provém da Torá, nem a fórmula da oração. A oração tampouco tem tempo determinado pela Torá, portanto, [também] as mulheres e os escravos são obrigados a rezar, por não ser esta um dos preceitos cujo tempo é predeterminado.


02 O cumprimento deste preceito é assim: que todos os dias a pessoa [judia] reze e suplique, louve a Deus, e depois relate suas necessidades conforme o que precisa, por petição e súplica. Após isto, deve dar louvor e agradecimento a Deus pelo bem que lhe proporciona. Cada pessoa, segundo sua capacidade.


03 Sendo pessoa eloquente, seja também assim para com a súplica e a petição, aumentando suas palavras. sendo um "incircunciso de lábios", ou seja, pessoa que tem dificuldade de expressar-se por palavras, fala de acordo com o que pode, e quando pode. O mesmo em concernência ao número de orações - cada um faz o que pode [segundo o determinado pela Torá]: há o que ora uma vez por dia, e há o que ora muitas vezes. E todos rezavam em direção ao Templo, em todo lugar onde se encontrasse. Assim foi desde Moisés até 'Ezra (Esdras).

04 Sendo [o povo de] Israel exilado nos dias do ímpio Nabucodonosor, misturaram-se com os persas, com os gregos e com as demais nações, e nasceram-lhes filhos nas terras dos gentios, e estes filhos tinham o linguajar mesclado, sendo o falado por cada um [uma espécie de dialeto], mescla de vários idiomas. Assim sendo, não conseguiam relatar suas necessidades em apenas um idioma, senão complicadamente, como está escrito: "Quanto a seus filhos, falam metade asdodita, e não conhecem o falar judaico, conforme a linguagem de cada um dos povos." - Ne 13:24.

05 Por esta razão, quando punha-se alguém em oração, era-lhe dificultoso pedir segundo toda sua necessidade, ou louvar ao Santo, Bendito é Ele, senão após mesclar com o idioma sagrado outros idiomas.

06 Vendo isto 'Ezrá e seu bet din, decretaram para eles dezoito bênçãos por ordem determinada: as três primeiras - são louvores ao Santo, Bendito é Ele; as três útimas - agradecimentos; as intermediárias - há nelas pedidos de todas as coisas que são como raízes de todo anelo de cada pessoa, bem como das necessidades públicas, todas elas - com a finalidade de que estejam decoradas por todos, e para que possam aprendê-la rapidamente, tornando-se a reza destes dislálicos uma oração perfeita, como a dos loquentes. Por esta mesma razão - decretaram todas as bênçãos e as orações que acham-se na boca de todos os judeus, para que seja em todo caso a bênção decorada pelo dislálico.

07 Assim também - decretaram a quantidade de orações [a serem realizadas diariamente] de acordo com os sacrifícios diários - duas orações todos os dias, isócronas aos sacrifícios. E no dia no qual haja sacrifício "mussaf" - decretara-se que se realizasse uma terceira oração isócrona ao sacrifício "mussaf".
A oração isócrona ao sacrifício diário matutino - é a chamada "tefilat chaĥarit", e a que é isócrona ao sacrifício verspertino - é a chamada "tefilat minĥá", e a oração isócrona aos sacrifícios "mussaf" - é a chamada "tefilat ha-mussafin".

08 Também decretaram que se reze uma oração à noite ("tefilat 'arvit"), pois os membros do [animal imolado no] sacrifício "tamid" vespertino permaneciam sendo queimados durante toda a noite, conforme está escrito: "Estará o holocausto sobre o fogo do altar por toda a noite, até o amanhecer..." - Lv 6:2 (6:9 nas versões cristãs) - de acordo com o que está escrito: "Noite, manhã e tarde - orarei e gemerei..." - Sl 55:18. A oração "'Arvit" não é obrigatória como as rezas "chaĥarit" e minĥá. Apesar disto, os judeus em todos os lugares onde encontram-se foram acostumados a rezar a "'arvit", admitindo-a como obrigatória sobre si.

09 Similarmente - decretara-se uma oração - para que seja efetuada após a oração "minĥá" no dia do jejum (iom kipur), para aumento de súplica e petição, por razão do jejum [expiatório]. Esta é a chamada oração de "ne'ilá" (sign. "fechamento"), significando que os portais dos céus se fecham com o por do sol, pois não se pode rezar esta oração senão junto com o crepúsculo.

10 Assim, são as orações diárias três: 'arvit, chaĥarit e minĥá. Nos dias de chabat e nos festivais e em "roch ĥôdech" - quatro: três de todos os dias, mais a reza de "mussaf". No "iom kipur" - cinco: estas quatro, e a reza "ne'ilá".

11 Estas orações - não se pode delas diminuir mas acrescentar a elas, é permitido: se a pessoa quiser rezar durante o dia todo, a permissão encontra-se em suas mãos. Quanto a todas estas orações que aumentar a pessoa - são como sacrifícios voluntários, portanto, precisa dizer algo novo em cada uma das bênçãos intermediárias de acordo com o assunto da bênção. Caso haja feito assim apenas em uma das bênçãos, é suficiente para fazer saber que esta é voluntária, e não obrigatória. Quanto às três primeiras bênçãos e às três últimas - não se pode aumentar nelas nada jamais, nem delas diminuir, nem mudar nelas algo.

12 O público não pode rezar oração voluntária, pois o público não pode trazer [em conjunto] sacrifício de dádiva. E não reze a pessoa particular "mussaf" duas vezes, uma obrigação do dia e outra voluntária, pois não se faz sacrifício "mussaf" como dádiva.
Alguns dentre os "geonim" quem ensinou que não se pode rezar a oração voluntária no chabat ou no dia festivo (iom tov), pois nestes dias não se oferece sacrifícios de dádiva, senão os voluntários, somente.